Estreias

terça-feira, 7 de julho de 2015

Crítica - 'Return To Sender'


    Difícil comentar ‘Return to Sender’ sem começar a falar dela: Rosamund Pike. Nomeada a disputa do Oscar 2015 após sua fantástica performance em ‘Garota Exemplar’, com muitos olhares agora voltados a atriz, ela mais uma vez emenda uma ótima atuação se consagrando como um grande nome do cinema atual.                                           

     O suspense psicológico em ‘Return to Sender’ também se assemelha com outros pontos do filme do cineasta David Fincher em ‘Garota Exemplar’. Com aquele roteiro exigindo da atriz uma dupla personalidade, Pike tirou de letra, mas teve que lidar com a falta de desenvolvimento do roteiro neste seu novo suspense, do desconhecido diretor Fouad Mikati.

    Vivendo a enfermeira Miranda Wells (Rosamund Pike) a procura de um novo amor, ela aceita um encontro as cegas com um rapaz chamado Kevin. Poucas horas antes do seu encontro, um homem bate em sua porta (Shiloh Fernandez). Ela pensa em ser Kevin, mas esse misterioso rapaz é um estuprador. Após sua prisão, ela começa a escrever cartas e visitá-lo na prisão.                                          

        Esse curioso enredo prende a atenção do espectador mesmo com o ritmo lento adotado pelo filme nos minutos inicias mostrando como Miranda esta lidando após o abuso. Para quem lê a sinopse é uma premissa interessante, pois o publico realmente não sabe qual é a intenção dos personagens e por hora passamos a acreditar naquela enigmática amizade. Isso é muito por conta da ótima atuação de Pike escondendo suas emoções com uma mente perturbada sendo sempre aquela pessoa dócil e simpática, como também da boa atuação de Shiloh Fernandez interpretando um maníaco e futuramente um “apaixonado”. O suspense ainda traz Nick Nolte, bem em cena, interpretando o pai de Miranda. 

     O foco do filme é voltado a Miranda. Os coadjuvantes pouco acrescentam a história devido ao roteiro pouco desenvolve-los, como até mesmo a própria protagonista.  Apesar de interessante, o suspense pouco trabalhou a narrativa e todos os acontecimentos se passam as pressas deixando algumas perguntas soltas. Além de apresentar nos 90 minutos algumas cenas desnecessárias, com potencial o filme poderia ter explorado em outros pontos (não falado para evitar spoiler) e acrescentados mais alguns minutos.    

       Com seu baixo orçamento, o suspense tem um recurso técnico razoável e conta com uma boa trilha sonora tanto para os momentos dramáticos como também para o suspense. Ainda que caímos na armadilha criada por Fouad Mikati, com potencial e um ótimo elenco, faltou um David Fincher para tornar ‘Return to Sender’ em uma obra de arte.
                
NOTA: 6,6


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