Provando
ser um dos melhores atores da atualidade, Jake Gyllenhaal rouba a cena vivendo
um lutador de boxe na categoria meio-pesado em ‘Nocaute (Southpaw)’, novo filme
de Antoine Fuqua. Após aparecer esquelético em ótima performance em ‘O Abutre’,
Gyllenhaal reaparece encorpado na pele do boxeador Billy Hope emendando mais um
excelente trabalho e como um forte nome para a disputa do Oscar de 2016.
Escolhendo
um tema já abatido no cinema, o cineasta Fuqua (conhecido do ótimo ‘Dia de
Treinamento’ e recentemente ‘O Protetor’ ) consegue repetir
mais um grande trabalho contando com atuações brilhantes, porém o roteiro não
inovou e recordou alguns filmes que já utilizaram o boxe como tese principal.
Assim,
conhecemos Billy ‘The Great’ Hope (Gyllenhaal), um lutador invicto e pai de
família, vive confortável em uma luxuosa mansão ao lado das mulheres que mais
ama - sua esposa Maureen (Rachel McAdams) e sua filha Leila (Oona Laurence). Tudo
estava dando certo em sua vida, mas ao participar de um evento beneficente sua
esposa acidentalmente leva um tiro envolvendo o lutador Miguel Escobar (Miguel
Gomez). Sem saber lidar com a perda, Hope ainda terá que lutar para conquistar
o amor e respeito pela filha, em busca de redenção.
Que
cena! Um dos grandes ápices do longa é, observar
o sofrimento de Hope ao ver sua esposa em seus braços. Além do bom trabalho de
câmera, Gyllenhaal consegue transmitir todas as suas emoções em seu olhar
expressivo e gestos, apresentando uma ótima química com McAdams, também
realizando um belo trabalho. Não apenas na sua transformação corporal, o ator construiu
muito bem o personagem e acertou na dosagem da emoção, assim como o diretor
Fuqua achando o ponto certo para o drama.
Sem
repetir o sucesso após sua perda, Hope vem tendo dificuldades para conquistar
sua filha que o rejeita. Para isso, ele procura o técnico Titus (Forest
Whitaker) para guinar sua vida e conquistar Leila. Assim vem surgindo os
subtramas, porém elas são poucas exploradas e não há desenvolvimento dos
coadjuvantes, um exemplo é o passado do técnico e a ausência do que seria o “vilão”
do filme na segunda metade, o Escobar. Em contrapartida, Whitaker está muito
bem em cena e a pequena Oona Laurence surpreende, carregando um enorme peso
dramático.
Outro
grande momento de Fuqua é dentro do ringue. Lidando com a câmera lenta no
momento certo, a visão embaçada do boxeador e adotando uma fotografia em plano
detalhe; o diretor trouxe uma cena empolgante e tensa nos últimos minutos. Conseqüentemente, ‘Nocaute’ tem bons momentos,
porem seu clímax é pouco satisfatório e não consegue inovar caindo nos velhos
clichês de filme de superação. Longe de ser memorável, o filme não deixa de ser
interessante por conta da ótima atuação de Gyllenhaal.
NOTA: 7,3
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