Estreias

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Crítica - 'Nocaute' (Southpaw)


   Provando ser um dos melhores atores da atualidade, Jake Gyllenhaal rouba a cena vivendo um lutador de boxe na categoria meio-pesado em ‘Nocaute (Southpaw)’, novo filme de Antoine Fuqua. Após aparecer esquelético em ótima performance em ‘O Abutre’, Gyllenhaal reaparece encorpado na pele do boxeador Billy Hope emendando mais um excelente trabalho e como um forte nome para a disputa do Oscar de 2016.                   
 
  Escolhendo um tema já abatido no cinema, o cineasta Fuqua (conhecido do ótimo ‘Dia de Treinamento’ e recentemente ‘O Protetor’ ) consegue repetir mais um grande trabalho contando com atuações brilhantes, porém o roteiro não inovou e recordou alguns filmes que já utilizaram o boxe como tese principal.             

    Assim, conhecemos Billy ‘The Great’ Hope (Gyllenhaal), um lutador invicto e pai de família, vive confortável em uma luxuosa mansão ao lado das mulheres que mais ama - sua esposa Maureen (Rachel McAdams) e sua filha Leila (Oona Laurence). Tudo estava dando certo em sua vida, mas ao participar de um evento beneficente sua esposa acidentalmente leva um tiro envolvendo o lutador Miguel Escobar (Miguel Gomez). Sem saber lidar com a perda, Hope ainda terá que lutar para conquistar o amor e respeito pela filha, em busca de redenção.   

   Que cena! Um dos grandes ápices do longa é,  observar o sofrimento de Hope ao ver sua esposa em seus braços. Além do bom trabalho de câmera, Gyllenhaal consegue transmitir todas as suas emoções em seu olhar expressivo e gestos, apresentando uma ótima química com McAdams, também realizando um belo trabalho. Não apenas na sua transformação corporal, o ator construiu muito bem o personagem e acertou na dosagem da emoção, assim como o diretor Fuqua achando o ponto certo para o drama.                  
 
   Sem repetir o sucesso após sua perda, Hope vem tendo dificuldades para conquistar sua filha que o rejeita. Para isso, ele procura o técnico Titus (Forest Whitaker) para guinar sua vida e conquistar Leila. Assim vem surgindo os subtramas, porém elas são poucas exploradas e não há desenvolvimento dos coadjuvantes, um exemplo é o passado do técnico e a ausência do que seria o “vilão” do filme na segunda metade, o Escobar. Em contrapartida, Whitaker está muito bem em cena e a pequena Oona Laurence surpreende, carregando um enorme peso dramático.                                             
        
  Outro grande momento de Fuqua é dentro do ringue. Lidando com a câmera lenta no momento certo, a visão embaçada do boxeador e adotando uma fotografia em plano detalhe; o diretor trouxe uma cena empolgante e tensa nos últimos minutos.  Conseqüentemente, ‘Nocaute’ tem bons momentos, porem seu clímax é pouco satisfatório e não consegue inovar caindo nos velhos clichês de filme de superação. Longe de ser memorável, o filme não deixa de ser interessante por conta da ótima atuação de Gyllenhaal.                                               
 
NOTA: 7,3



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