Estreias

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Crítica - 'Crimes Ocultos'


     ‘Crimes Ocultos’ (‘Child 44’) remete ao sombrio ano de 1950 na União Soviética de Stalin envolvendo uma onda de assassinatos de crianças em diversas regiões do país. A premissa promissora do suspense baseado no interessante Best- seller de Tom Rob Smith chama atenção, assim como grandioso elenco composto por: Tom Hardy, Noomi Rapace, Gary Oldman, Joel Kinnaman. Porém, o filme não extraiu a verdadeira essência da obra e pouco criou os mistérios acerca dos fatos.    

A adaptação trouxe a questão política de um governo totalitário defendendo a tese de uma sociedade perfeita: o comunismo. Diante disso, terá que enfrentar o proeminente agente da MGB (Tom Hardy), cujo espião tem como função encontrar traidores no regime socialista e capturá-los; no caso o responsável pelos inúmeros assassinatos de crianças, apelidado como, Estripador de Rostov ou Estripador Vermelho.  

   O retrato realista e sombrio da Cortina de Ferro foi apenas o único acerto da direção de Daniel Espinosa. Criando um ambiente opressor e obscuro do regime, lidando com uma câmera tremida trazendo uma maior realidade à trama, acompanhado de uma fotografia com cores vivas, valorizando os belos cenários da URSS e com um ótimo figurino de época. Não pode dizer o mesmo nos momentos de ação, tornando-as incompreensíveis e pouco empolgantes.                                          

  Após no ótimo ‘Mad Max – Estrada de Fúria’, Tom Hardy foi a grande escolha de Espinosa, sendo o único personagem sólido ao acertar no sotaque russo, diferente dos coadjuvantes. Com muitos personagens jogados ao longo dos subtramas, o elenco é ótimo, mas não compensa a falta de desenvolvimento que o roteiro representa. Apesar de contar com grandes nomes como Noomi Rapace, Gary Oldman, Joel Kinnaman, a dupla policial de ‘The Absent One’ - Fares Fares e Nicolaj Lie Kaas, e a pequena participação de Charles Dance, nem o diretor e nem o roteiro não soube aproveitá-los.     

   Com muitos subgêneros, o filme não tem um foco, pouco apresentando o real conteúdo da adaptação e um motivo para o espectador ficar acordado nos longos 138 minutos, trazendo pouca tensão e clichês em todos os gêneros. Repleto de reviravoltas envolvendo homens de alto escalão do governo, o serial killer é desmascarado logo cedo e o suspense passa a ser inexistente. Se há algo positivo a retirar da trama é a ótima dinâmica originada a cerca do relacionamento entre Tom Hardy e Noomi Rapace, esta ultima vista como uma traidora.                                                  
    Sem mistérios e pouco suspense, o clímax soou rápido e pouco empolgou. ‘Crimes Ocultos’ tinha tudo para ser bom, mas acabou desperdiçando um bom roteiro e um ótimo elenco.
                 

NOTA: 6,2



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